há anos venho rastreando o processo de brasilerização dessas terras: reconstruindo as pegadas daquilo que poderia ser um "pensamento brasileiro"; procurando as pistas mais expressivas para a formação de suas paixões, afetos e pré-conceitos. encontrei tantos tesouros, fantasmas e lendas ao mesmo tempo em que encontrei tantas coisas inclassificáveis. e nestas constitui minha realidade: é preciso abandonar o mito de ser "brasileiro/a"! por razões fáceis de serem vistas, inclusive desde já numa olhadela mais superficial:
- a língua oficial é a do invasor: português;
- a religião dominante é a do invasor: cristianismo;
- a arquitetura clássica é de um helenismo greco-romano mal feito;
- sua constituição federal é uma cópia de modelos europeus;
- as leis são romano-portuguesas costuradas com o direito germano;
- o hino nacional é um plágio de marchas militares europeias com versos traduzidos;
- a inspiração republicana é a revolução francesa;
- a economia e tudo o que gira a seu redor são determinadas pelo mercado internacional;
- os temas de discussão filosófica e seus filósofos são todos alegremente importados.
o mito de ser brasileiro/a corresponde ao eterno correr a trás, feito por uma minoria rancorosa com pretensões transnacionais, de algo veloz, difuso e escorregadio chamado "mundo ocidental". mundo este em decadência deste sua gestação. mundo este que jamais deixou de ser um delírio pós-império turco-otomano e cuja práxis é a violação de outros mundos: deixou de ser periferia com a pilhagem das américas tornando-se centro irradiador de violências para com outros estares humanos.
e se parássemos de ter de correr a trás? o que aconteceria? pelo o quê corremos tantos? estamos perdendo alguma coisa que no exterior já é um ganho? há o quê para se ganhar? e se deixássemos de lado esse mito de ser brasileiro/a o que aconteceria? pois bem, abriríamos mão das distopias ansiosas e distantes de futuros promissores irrealizáveis e abraçaríamos utopias que estão acessíveis ao toque, até mesmo por distração, no presente, no dia a dia, na cotidianeidade.
sendo assim, que tal a liberdade? vamos experimentar? que tal fazermos de nós mesmos/as um experimento? um invento? e se não der certo? não tem problema, tentaremos outra coisa. e então? vamos?
"guia prático para indigenizar-se"
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dica de trilha sonora para essa publicação:
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